domingo, 16 de janeiro de 2011

Tentando achar resposta

Depois de ler alguns blogs de pessoas com transtorno bipolar, estou confusa se faço parte desse grupo de pessoas que são acometidos por essa doença.
Minha vida é uma bagunça, não tenho horário pra nada. Não tenho vontade de nada. E quando tenho algum compromisso com horário, me sinto pressionada, definitivamente não curto nenhum pouco regras.
Ao mesmo tempo, percebo que estou afastada das pessoas que tem um cotidiano normal. Ninguém me procura, não tenho mais nenhum amigo, há não ser uma prima e que ultimamente também, tem cuidado mais da vida dela. Coisa normal, já que casou-se recentemente.
Por tentar emprego por muuuito tempo e não conseguir nunca, desisti de procurar. Tenho tido várias demonstrações de falta de sorte, falta de muitas outras coisas mais. Então decidi procurar fazer um curso que me desse independência, que fizesse eu depender apenas da minha força, já que a vida não tem me sido muito favorável.
Como sempre fui uma pessoa de fé, as pessoas mesmo que me criticando pelas costas, buscavam um auxílio, aconselhamento, norte. Através das minha intuição pelas cartas. Mas minha amizade não!
Enfim, tentei aprimorar essa intuição e busquei um curso para ser terapeuta alternativo, já que o tradicional sempre me frustra de alguma forma. Encontrei um centro holístico e uma pessoa maravilhosa que foi meu facilitador durante quase todo o ano passado. Já que fiz o curso básico e imediatamente liguei ao curso de aprofundamento.
A primeira fase do curso foi ao mesmo tempo inovador, surpreendente e doloroso. Passei a entender algumas coisas em mim, chegava em casa com ânsia, peito apertado, tonta. Às vezes acabava chorando e nem sabia o porque.
Como hoje sei que o inconsciente nos boicota pra que finalizemos sempre em zonas conhecidas. Ou seja, ele não aceita muito o novo (comportamento diferente, ritmo de vida) Ele nos puxa de volta a um padrão que mesmo que ruim, é o que já conhecemos e aprendemos com o tempo a conviver. Me percebo revivendo situações que me envolveram uma vida inteira e que não consigo solucionar. E sei que tem muito boicote meu nisso ai, porém não consigo fazer diferente. Pois quando arrumo força interna pra sair disso, as forças externas são contrárias, como uma corrente que me prende pra não sair do lugar. E vou dar um exemplo disso.
Meu marido é outro ser problemático, cheio de baixa auto-estima, super nervoso, estressado, indisciplinado... Continuarei isso depois

sábado, 15 de janeiro de 2011

Abrindo as portas

Como minha pretensão aqui é tentar fazer uma auto terapia, vou jogando minhas lembranças de todas as fases da minha vida, sem medo de ser feliz.
Sei que não vou conseguir ser cronológica, nem tentarei. Mas por incrível coincidência meu primeiro post será sobre uma lembrança que me ocorreu da minha infância.
Não sei precisar exatamente a idade, provavelmente 3 ou 4 anos. Lembro que meu irmão já estava no colégio, meu pai e mãe trabalhavam e meu avô, por parte de mãe, vinha todas os dias da semana ficar conosco para cuidar de nós. Era sua incumbência, levar e buscar meu irmão da escola. Acho que na primeira semana, ou por alguns dias, ele me levava junto na sua tarefa diária. Mas lembro que fazíamos isso a pé, o colégio não era perto de casa e tinha uma rua de terra vermelha que passava ônibus lá de vez em quando e quando o mesmo passava levantava um pó! Além de ser super perigoso fazer isso com uma criança a pé e outra no colo e também ser cansativo, por causa da distância, perigo e tudo mais. Decidiu meu avô não me levar mais nessa aventura. Só que sua alternativa, hoje vejo, não me foi muito favorável e passei a ficar tardes e mais tardes durante sei lá quanto tempo sozinha.
Por cansaço ou preguiça, ele ia levar meu irmão e só voltava já no horário de trazê-lo de volta.
Eu por ser muito pequena, não me queixei ou sei lá, porque não lembro mesmo. Só sei que um dia tive um sonho que não havia mais ninguém dentro de casa, nem móveis, nada. E eu fui me sentar na porta da casa e fiquei esperando por alguém, como fazia diariamente. Acordei e contei pra minha mãe, foi quando ela ficou sabendo que eu passava as tardes só. Meu vô deixou de nos cuidar, acho que meio se desentenderam ele e minha mãe.
Como solução, minha mãe convidou a tia vó do meu pai para morar conosco, tirou meu irmão do colégio aquele ano, porque não havia quem pudesse levá-lo, realmente era bem complicado. E passamos a ser cuidados com mais zelo, apesar dela ter uma certa idade e ter um pouco de dificuldade para caminhar, pois já havia quebrado a bacia.
Meu vô voltou naquela mesma época para nos visitar e trouxe um iogurte pra mim de presente e uma bola de futebol e chocolate ou salgadinho pro meu irmão. Lembro que fiquei triste, entrei pra dentro da casa, enquanto eles brincavam no pátio. E ali percebi que ele não me curtia muito, rejeitei o iogurte que ele havia trazido pra mim, ele nem deu bola, acho até que comeu. E eu passei a rejeitar tudo que ele trazia e nunca nos aproximamos muito.
O engraçado nisso é que nunca tive medo de ficar só, até gosto dos meus momentos comigo. Pra mim o difícil muitas vezes é estar com muitas pessoas ao mesmo tempo, amigos ou não.
Porém ultimamente tenho estado muito só e tem me deixado aflita a necessidade de falar com alguém.
Voltei a passar meus dias sozinha e tenho trocado a noite pelo dia, pra não ficar amargando solidão. Apesar de quando meu marido chega em casa, não conseguimos conversar também, por que divergimos muito as nossas opiniões.
De alguma forma, estou de volta ao começo.
Preciso refletir muito sobre isso!